OPINIÃO - Reforma da Previdência Atinge Mais os Trabalhadores Comuns

REFORMA DA PREVIDÊNCIA, QUEM VAI PAGAR A CONTA SÃO OS MAIS POBRES:

Anunciada como uma medida de combate aos privilégios, que são as grandes aposentadorias dos serviços públicos e dos políticos, estas só representam 20% da economia de R$ 1,1 trilhão anunciada pelo ministro Paulo Guedes.

Sobrou para o trabalhador de classe média baixa, pobres e camadas das mais necessitadas pagar a economia de R$ 900 bilhões, sendo que é no regime geral da previdência pública, que é parte dos mais pobres, que o corte vai existir. É uma enxurrada de retirada de direitos.

Nessa conta os servidores públicos de cargos mais altos e a aposentadoria dos políticos representam apenas uma economia de só R$ 200 bilhões. Já o regime geral da previdência pública, os abonos salariais, o BPC - Benefício de Prestação Continuada, representam 80% daquilo que foi anunciado como economia.

Onde está a retirada dos privilégios?

Estão retirando o direito dos mais pobres. E estão combatendo menos os privilegiados. Além disso, não é possível que os ditos privilégios combatidos sejam só dos servidores públicos civis, principalmente os de classe média baixa, que serão os mais atingidos. A proposta não mexe com os verdadeiros privilegiados, que são aqueles que se aposentam com R$ 30 mil, por exemplo, sendo que aqueles que mais serão afetados são os que recebem menos.

Os mais pobres recebem um salário mínimo. Os que estão no regime geral da previdência  pública, em média R$ 1944,00 ou no máximo com R$ 5.839,45 que é o teto, valor bem distante da dita classe favorecida, já que esse é o salário aproximado de um "peão" atualmente. A diferença é gritante.

Nesta proposta, o governo mexe com a aposentadoria dos servidores públicos e já a altera de imediato. Mas esta dos congressistas, os parlamentares, só valerá a mudança para os novos eleitos do futuro. Os de agora vão continuar recebendo, permanecendo inalterada a regra de aposentadoria que permite que eles se aposentem com altos salários e mantendo diversos privilégios, havendo mudança apenas quanto à idade mínima para a aposentadoria e com um pedágio bem menor do que os trabalhadores em geral.

Quanto aos servidores públicos, há mais um engodo, já que desde a Emenda Constitucional 47 já é previsto que os novos servidores públicos receberiam conforme o teto do INSS, cabendo a diferença ser paga pelo regime de previdência complementar, sendo que a idade mínima também já existia para esses.

A maior novidade também para os servidores é que a idade mínima será agora de 65 anos para homens e 62 para mulheres, dando tratamento igual ao que ser a aplicado aos trabalhadores em geral, acabando também com a aposentadoria voluntária por tempo de serviço, sendo que mais uma vez serão os servidores das classes mais baixas que serão mais afetados.

A pergunta que se faz é: Onde está combate aos privilégios?

Ao que tudo indica o remédio amargo vai ser enfiado goela abaixo do trabalhador do regime geral, sendo ministrado um mero placebo para os servidores públicos do alto escalão e uma dosagem doce e suave para os políticos.

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