Reforma da Previdência Social ataca segurados e ignora problemas reais !

Enquanto governo foca reforma na capitalização e em dificultar o acesso da população à aposentadoria, ignora dívida de empresários, recursos desviados por meio da DRU e desonerações fiscais:

A nova proposta de reforma da Previdência Social, vazada pela imprensa e amparada por declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, tem como principais objetivos transformar o atual modelo, público e solidário, em um sistema de capitalização em contas individuais, modelo já testado sem sucesso no Chile, além de dificultar e tornar praticamente impossível o acesso de uma grande parcela da população à aposentadoria. 

Por outro lado, o governo ignora fatores que realmente afetam negativamente o sistema de Seguridade Social como, por exemplo, as dívidas de empresários, os recursos desviados por meio da DRU (Desvinculação das Receitas da União) e as desonerações fiscais. 

A exemplo de países desenvolvidos como Reino Unido e Suécia, o Brasil adotou, desde a Constituição de 88, o Sistema de Seguridade Social, que garante, por meio de contribuições do Estado, de empregadores e trabalhadores, uma rede de proteção social formada por Previdência Social, Assistência Social e Saúde.

Mas sob o pretexto de acabar com “privilégios” e de “economizar”, o governo pretende acabar com esse sistema, começando com a proposta de reforma da Previdência 2019. Em entrevista ao Financial Times, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou: “[Poremos fim] aos privilégios. O sistema de aposentadorias é uma máquina de transferências de renda perversas e regressivas".


O total de benefícios ativos (aposentadorias, benefícios acidentários e auxílios) em 2017 foi de 34.294.510, com valor médio de R$ 1.326,99.

“Ou seja, hoje 34 milhões dependem diretamente desses recursos, e pelo menos 90 milhões se levarmos em conta as famílias dos beneficiados. Mesmo assim, o governo quer cortes, tornando a aposentadoria um sonho impossível e cancelando milhões de benefícios por meio de nova operação pente-fino, com a PEC 871, critica Ivone, dos sindicatos dos bancários de São Paulo.

“Privilégios têm as empresas que devem R$ 935 bi à Previdência, os empresários que usufruem de isenções fiscais sem qualquer contrapartida à sociedade. Hoje 40% do orçamento da União vão para pagar juros da dívida pública, ou seja, vão para os banqueiros. Se o governo precisa cortar despesas e aumentar receitas, que comece pelos verdadeiros privilegiados”, destaca Ivone.

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